O Teatro Municipal de Alfenas
acabou de completar 34 anos em janeiro de 2011, logo, mais de trinta anos
dedicados à cultura alfenense.
Durante anos, os artistas podiam se
apresentar apenas nos palcos do antigo Centro Católico Cristo-Rei ou em um
pequeno teatro chamado “Teatro Josefina Pacelli Lomonte”, criado por volta de 1965
pelo empresário Mauricio Lomonte. Apesar dos altos e baixos dos famosos grupos
existentes na época, o teatro “amador” em Alfenas era muito forte e reconhecido
em todo o estado. Graças à influência do TAC – Teatro Alfenense de Comédia e em
especial do teatrólogo Waldir de Luna Carneiro, tem início no primeiro mandato
do prefeito de Alfenas Hesse Luiz Pereira (1967-1970) a construção do tão
sonhado TEATRO MUNICIPAL DE ALFENAS, mais precisamente no ano em 1970.
O responsável pelo projeto e
execução da obra foi o engenheiro Emílio Soares, que incluiu no projeto a
Biblioteca Pública de Alfenas. A obra, que teve início em 1970, só foi
concluída em 1976 no segundo mandato de Hesse (1973-1976), que afirmou ter sido
muito difícil de ser concluída, uma vez que a construção contou apenas com os
recursos da prefeitura, ou seja, sem nenhuma ajuda da iniciativa privada e/ou
dos governos estadual e federal.
Em 31 de janeiro de 1977, é
inaugurado o Teatro Municipal de Alfenas, com direito a discursos de políticos
e homenagens. Mas as cortinas só foram abertas ao público no dia 5 de março de
1977, com a peça “O Zebuzeiro”, de Waldir de Luna Carneiro. Mais uma vez, um
grande sucesso. Depois da inauguração, o teatro seguiu seu destino, servindo de
morada para os deuses do teatro e de abrigo para aqueles que loucamente se
aventuram na difícil e árdua tarefa de fazer teatro e àqueles que saem de suas
casas em busca de alegria e emoção.
Mas, como nem tudo são flores, em
novembro de 1991 um incêndio destrói parte do palco e da rede elétrica do teatro,
relata João Luiz Lacerda no seu livro (“Teatro de 55 anos”, editora Atenas –
1998). “Naquele momento, todos agradecemos às deficiências e defeitos de
construção do Teatro Municipal. Se a obra tivesse obedecido às mais elementares
noções de estrutura e concepção de um teatro, como deve ser realmente, o
incêndio seria de resultados, catastróficos”, revela. E, mais uma vez, sob a
insistência de amantes da arte teatral, o teatro é recuperado e reaberto ao
público em 1994 da melhor forma: com a apresentação pelo TAC da peça de Waldir
de Luna “A represa”.
O nosso teatro sempre recebeu
muitas críticas, primeiro por não oferecer condições técnicas para a montagem
dos espetáculos, e depois por ter que dividir sua agenda com outras atividades
que não sejam dedicadas a representações teatrais.
Claro que a responsabilidade
desse estado não foi apenas da administração, já que o teatro passou por um
momento de ostracismo por falta de produção local, apesar de durante anos ter
servido aos grupos como o TAC, GUARANI E GRUTES – Grupo de Teatro Emílio da
Silveira – ainda atuante.
Felizmente, a partir do ano 2000, o
teatro alfenense ressurge com novos grupos, cheio de jovens com aquela
empolgação que só eles têm, e nosso teatro passa novamente a respirar. Ah, e
com uma peculiaridade: o teatro passou a ser tomado pelo povo, tanto na plateia
como no palco. Isso motivou a administração do prefeito Pompílo Canavez a fazer
em 2005 uma importante reforma no teatro, que recebeu pintura interna e
externa, uma ribalta com vários refletores e teve o proscênio (frente do palco)
aumentado, melhorando as possibilidades cênicas.
Seria injusto deixar de mencionar
grupos como o Grutes, Cena7, Folgazã, Geração 2000, Sassarico, Teames, Fábula,
Falauto, Grupo Mundo, trupes que por aqui desembarcaram e outros que
apareceram com a abertura das cortinas e desapareceram com os últimos aplausos,
mas que de uma forma ou de outra contribuíram para manter pulsantes as artérias
desse espaço dedicado às comédias, tragédias e tantas outras manifestações
artísticas. Eles são os responsáveis por manter viva a magia desta apaixonante
e efêmera arte: o TEATRO.
Em agosto de 2020 o Teatro começa a passar por uma grande reforma, que visa principalmente tornar o prédio acessível, com instalação de elevador e adaptações internas nos banheiros, camarins e palco.
Autor: Anselmo Cesário
Fotos de antes da reforma: